Transtorno bipolar: entre o céu e o inferno
O TRANSTORNO BIPOLAR COSTUMA SE MANIFESTAR PELA PRIMEIRA VEZ ENTRE OS 15 E OS 25 ANOS. É UMA DOENÇA CRÔNICA, DIFÍCIL DE DIAGNOSTICAR – E QUE LEVA AS SUAS VÍTIMAS DA EUFORIA EXTREMA À DEPRESSÃO PROFUNDA
Por: Silvia Amélia de Araújo e Ricky Hiraoka
Foto: RENATA ANGERAMI
Durante muito tempo, as oscilações de humor da designer Danielle Cruz, 23 anos, foram consideradas pelos seus pais uma mera manifestação de adolescência. Uma hora, ela comportava-se de maneira extremamente carinhosa e ria de tudo. De repente, ficava agressiva, odiava todo mundo. O temperamento instável destruía seus namoros, porque os parceiros nunca sabiam como ela reagiria – se um dia beijava-os loucamente, no outro, batia neles. Aos 18 anos, depois de ser dispensada por um cara, ficou uma semana deitada no sofá, sem comer, só chorando. Procurou um psiquiatra, que diagnosticou depressão e receitou remédios. As pílulas fizeram com que ela se sentisse mais eufórica do que nunca. Com isso, a designer resolveu, por conta própria, parar de tomá-las. “Percebi que estava feliz demais, também não era normal...” Danielle então voltou a alternar crises depressivas com picos de alegria. “As oscilações consumiam minha vida. Não me concentrava no trabalho, dormia mal, bombei em duas matérias na faculdade por não conseguir acordar.” Desesperada, procurou novamente ajuda médica. E ouviu as duas palavras que mudaram sua vida: transtorno bipolar.
Grave e crônica, essa doença atinge 1,5% da população, costuma se manifestar pela primeira vez entre os 15 e os 25 anos e tem diagnóstico difícil. Os relatos da descoberta da bipolaridade quase sempre são longos como o de Danielle. Isso porque é preciso que o paciente passe por ao menos uma fase depressiva e uma maníaca (de euforia) para que o problema possa ser diagnosticado. Fortes variações de humor constituem o eixo central da doença.Mas muitas vezes o paciente é considerado pelo médico apenas depressivo ou os sintomas que manifesta no estado de euforia são tratados como um problema isolado.
A lista de sintomas é imensa: vai de consumo exagerado de drogas a hipersexualidade (leia box). “O bipolar fica visivelmente agitado. Com pensamento acelerado, não termina frases, passa de uma ideia para a outra”, descreve Humberto Corrêa, chefe do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O doente se sente poderoso, faz dez projetos ao mesmo tempo, inventa planos mirabolantes. Depois cai em depressão profunda.”
Grave e crônica, essa doença atinge 1,5% da população, costuma se manifestar pela primeira vez entre os 15 e os 25 anos e tem diagnóstico difícil. Os relatos da descoberta da bipolaridade quase sempre são longos como o de Danielle. Isso porque é preciso que o paciente passe por ao menos uma fase depressiva e uma maníaca (de euforia) para que o problema possa ser diagnosticado. Fortes variações de humor constituem o eixo central da doença.Mas muitas vezes o paciente é considerado pelo médico apenas depressivo ou os sintomas que manifesta no estado de euforia são tratados como um problema isolado.
A lista de sintomas é imensa: vai de consumo exagerado de drogas a hipersexualidade (leia box). “O bipolar fica visivelmente agitado. Com pensamento acelerado, não termina frases, passa de uma ideia para a outra”, descreve Humberto Corrêa, chefe do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O doente se sente poderoso, faz dez projetos ao mesmo tempo, inventa planos mirabolantes. Depois cai em depressão profunda.”
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